Chuvas voltam ao interior do Rio Grande do Norte e enchem açudes no Seridó

A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) registrou nesta quinta-feira (15) a ocorrência de chuvas em 84 estações de monitoramento do Estado, segundo boletim pluviométrico divulgado às 15h15.  As de maior intensidade foram em Campo Redondo, na microrregião da Borborema Potiguar, com 78,6 milímetros, e em Currais Novos, no Seridó Oriental, onde a chuva de 72 milímetros alagou ruas e encheu pequenos açudes na área rural do município. O período monitorado, informa a Emparn, é de 24 horas, compreendido entre 7h00 da Quarta-feira de Cinzas (14) e 7h00 de hoje, 15 de fevereiro de 2024.

Também foram registradas boas chuvas em São Vicente (61,3), Itajá (50,0), Mossoró (45,3), Cerro Corá (41,0), Angicos (32,2), Fernando Pedrosa (31,6), Acari (25,6), Florânia (23,4) e Parnamirim (21,9). Em Campo Redondo, a chuva começou por volta das 16h de quarta-feira, intensificando nas duas horas seguintes. Os 78 milímetros superaram a média histórica de fevereiro, que é de 69 mm. Em Currais Novos, os primeiros pingos também começaram a cair por volta das 16 horas, indo até 20 horas.

As chuvas foram provocadas por uma junção de fatores, com destaque para atuação da Zona de Convergência, combinada com a umidade do ar vinda da Amazônia e do Oceano Atlântico Sul. A Zona de Convergência Intertropical (Zcit) é o principal indutor do inverno no sertão nordestino.

“Estamos num momento propício, que deve continuar, mas com tendência de diminuição. Ainda teremos chuvas amanhã (sexta-feira). No final de semana diminui um pouco, mas voltará a chover entre segunda e terça-feira”, previu o pesquisador Gilmar Bristot, chefe da unidade Meteorologia da Emparn.

CURRAIS NOVOS

Pela manhã, o prefeito de Currais Novos, Odon Júnior, postou vídeos nas redes sociais mostrando a “sangria” do açude Úrsula Medeiros, na comunidade Cruz, com uma lâmina de 11 centímetros. Com um consumo médio mensal de 100 mil metros cúbicos de água tratada, Currais Novos está na lista de cidades em risco de colapso no abastecimento.

“Todos os dias a gente se pegava pensando nessa questão hídrica. Nos últimos meses, essa foi a nossa pauta mais importante e de dedicação a esse tema, principalmente porque no início do nosso mandato (em 2017) enfrentamos quase dois anos de seca. Ver hoje essas imagens, do Açude Dourado tomando água, do Açude do Distrito da Cruz, que está sangrando; do Povoado São Sebastião e da Comunidade Malhada Limpa descendo para os Apertados e para o Gargalheiras nos enche esperança e de alegria”, comemorou o prefeito.

Antes da chuva desta quarta-feira, o Açude Dourado, usado pela Caern como ponto de captação de água para abastecimento dos 41 mil habitantes de Currais Novos, estava praticamente seco, com apenas 1,36% da capacidade, ou 170 mil metros cúbicos. Pela manhã, quando a leitura foi feita por técnicos do Igarn, o reservatório tinha recebido um reforço de mais 100 mil metros cúbicos e a água continuava entrando no leito do açude.