Senado define homenageados com a comenda Câmara Cascudo

Por William Medeiros.

O Senado vai homenagear uma instituição e quatro personalidades com a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo, pela contribuição relevante para o registro e o fortalecimento da cultura, do folclore e dos saberes tradicionais. A entrega está prevista para o dia 10 de dezembro, na primeira edição da premiação.

A escolha foi feita nesta quarta-feira (28), pelo Conselho da Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo, composto por um representante de cada um dos partidos políticos no Senado e presidido pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN), idealizadora da iniciativa.

Os agraciados são: Antônio Francisco Teixeira de Melo, cordelista, reconhecido publicamente pela musicalidade de seus poemas; Nelson da Rebeca, de Alagoas, que era cortador de cana até os 54 anos, quando viu pela primeira vez um violino pela televisão, apaixonou-se pelo instrumento e decidiu fazer o seu próprio e mais de seis mil instrumentos no fundo de sua casa; Nilson Rodrigues da Fonseca, autor, produtor e roteirista de TV e cinema, venceu o Festival de Gramado na categoria de melhor filme; Pedro Baião, portador de síndrome de Down, que é ator de teatro e de televisão; e a Câmara Brasileira do Livro (CBL), fundada em 1946, que congrega editores, distribuidores, livreiros e vendedores porta a porta.

O conselho, criado em maio por resolução do Senado, também decidiu homenagear Deífilo Gurgel, falecido em 2012 aos 84 anos, folclorista que dedicou grande parte da sua vida a preservar e tornar conhecida as tradições culturais do Rio Grande do Norte; João Carlos D’ Ávila Paixão Côrtes, falecido em 2018 aos 91 anos, radialista e pesquisador da cultura gaúcha, considerado referência na promoção e preservação dos costumes gaúchos; e Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, capoeirista assassinado após uma discussão política durante o primeiro turno das eleições de 2018.

Câmara Cascudo

A premiação do Senado é anual e a indicação de agraciados é feita pelos senadores. A comenda homenageia Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). Historiador, antropólogo, advogado e jornalista, Câmara Cascudo viveu em Natal (RN) e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, deixou extensa obra entre as quais O Dicionário do Folclore Brasileiro, de 1952.

Fátima Bezerra destacou a obra do potiguar e sua contribuição para a cultura brasileira.

— Com sua obra, Câmara Cascudo foi o principal responsável por tornar conhecidas figuras fantásticas do folclore brasileiro. A matéria-prima principal do seu trabalho era exatamente o povo brasileiro. Daí aquela frase célebre dele, que ficou eternizada: o melhor do Brasil é exatamente o brasileiro. Cascudo estudava o homem a partir de sua história, das diferentes origens, dos romances, das poesias e principalmente do folclore — ressalta a senadora.

Agência Senado.