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EM LUTO

Escritor, dramaturgo e poeta, esse era Ariano Suassuna. O ocupante da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, nos deixou aos 87 anos, muito bem vividos e escritos, depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico, morreu hoje de uma parada cardíaca. Nos deixou, mas se tornara imortal antes da morte, quem nunca viu o Auto da Compadecida? Filme baseado em seu livro, escrito em 1955, que conta a história de Chicó e João Grilo, e já foi traduzido para mais de nove idiomas diferentes.

Mesmo com a idade avançada não parou ir em cada canto do Brasil com suas famosas aulas espetáculos, onde comentava sobre a atualidade, relembrava fatos e conversava sobre a literatura. Estaria em nossa cidade no próximo Festival Literário da Praia de Pipa. Ariano se tornou imortal antes da morte chegar. Está enraizado na cultura brasileira e como bom paraibano falava e defendia seu nordeste, “não troco meu oxente pelo ‘ok’ de ninguém”, disse uma vez. 

É isso o que fica, sua importância para a literatura, suas histórias inspiradas nos nordestinos de alma e coração, assim como ele. Mesmo formado em direito sempre quis ser escritor. Em 1950 recebeu o prêmio Martins Pena pela peça “Auto de João da Cruz”, depois escreve e montou o espetáculo “Torturas do Coração”, em 1952 exerce a função de advogado, mas em paralelo não abandona a arte. Três anos depois escreveu seu texto de maior sucesso, “O Auto da Compadecida”. Em meio ao direito e as peças conheceu o amor de sua vida, Zélia de Andrade Lima, 57 anos de amor, companheirismo e cumplicidade.

Títulos como “Santo e a porca”, “A farsa da boa preguiça”, “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, “As Conchambranças de Quaderma”, “A história de amor de Fernando e Isaura”, “A pena e a lei”, “Sonetos com mote alheio”, esses, muitos outros e sua paixão pelo seu Sertão, são o legado deixado por Ariano Vilar Suassuna. Nasceu em João Pessoa, na Paraíba, em 16 de junho de 1927, e morreu em Recife, em 23 de julho de 2014, em solo nordestino, como haveria de ser. 

Agora, o mestre se deparou com suas próprias palavras – “aquele fato sem explicação, que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é vivo, morre” – foi e está deixando muito mais que saudades, mas um legado eternizado em palavras. 

O blog entra de luto durante 24h em homenagem e respeito a esse grande escritor, dramaturgo e poeta. Que nos deixou uma herança mais valiosa que qualquer riqueza material. Nos deixou a literatura, a cultura, nos deixou os retratos de nossa terra.

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