Proposta de tornar o forró de raiz Patrimônio Imaterial Cultural Nacional é debatida na ALRN

Por William Medeiros.

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realizou nesta quinta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em Natal, mais uma etapa das audiências públicas que estão percorrendo o Brasil no intuito de debater o reconhecimento do forró de raiz como Patrimônio Imaterial Cultural Nacional. A CDR já discutiu o assunto em João Pessoa (PB), no Rio de Janeiro e em Brasília. O município de Parnamirim (RN) será o próximo a mobilizar os forrozeiros da região. Ainda estão previstas audiências na Bahia e no Ceará. A a iniciativa atendeu a uma reivindicação do movimento Fórum Forró Pé de Raiz, que chegou à CDR no ano passado através de sua presidente, a professora Joana Alves. Na audiência, Joana falou da preocupação dos artistas com a falta de reconhecimento da cultura do forró e rememorou o histórico da luta do Fórum pela inclusão do forró como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira.

– É importante preservarmos a cultura brasileira no ponto de vista da memória para as gerações presentes e futuras. O forró pé de raiz não é uma expressão cultural popular qualquer, mas uma das expressões mais genuínas e identitárias do povo nordestino – defendeu Fátima Bezerra (PT-RN), presidente da comissão. Junto com o deputado federal Luiz Couto (PT-PB), conseguiu destinar, cada um, emendas ao Orçamento no valor de R$ 100 mil, para que a pesquisa possa ser iniciada neste ano.

Ao explicar as condições para o atendimento do pleito, o coordenador de projetos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Deyvesson Israel Alves, explicou que o órgão não dispõe de recursos financeiros para fazer os estudos e análises do caso, estimados em R$ 1,3 milhão. – Começaremos em 2018 – respondeu Deyvesson, acrescentando que, além do reconhecimento popular, é fundamental que sejam identificadas as matrizes tradicionais do forró para que se possa creditar o registro.

Foto: Elisa Elsie.